Um passeio pode nos relaxar, clarear a mente, aliviar o estresse e nos proporcionar belas paisagens. Mas também, além de tais benefícios, ele pode nos trazer conhecimento. É o caso de conhecermos, de vez em quando, pelo menos um ponto histórico. Nesse caso faremos um passeio pelo Brasil colonial no período da cana de açúcar.
Foto Ana Ambrósio. |
No município de Santa Luzia do Itanhi-SE, existiam sete engenhos de cana de açúcar em atividade no período colonial. No momento vamos conhecer um pouco do São Félix, fundado em 1632. O engenho que se encontra muito bem preservado, fundado pela família Vieira que até hoje mantém a posse da propriedade.
No município de Santa Luzia do Itanhi-SE, existiam sete engenhos de cana de açúcar em atividade no período colonial. No momento vamos conhecer um pouco do São Félix, fundado em 1632. O engenho que se encontra muito bem preservado, fundado pela família Vieira que até hoje mantém a posse da propriedade.
Fachada da Casa Engenho. Foto Edivan Santtos |
O antigo proprietário era o Tenente-Coronel Paulo de Souza Vieira. Sua esposa, D. Joaquina Hermelinda da Costa, depois de ficar viúva, inicia novo matrimônio com José de Oliveira Leite, o Barão de Timbó, ganhando nesse seu segundo matrimônio o título de baronesa.
Foto do engenho com a torre=chaminé. Foto: Edivan Santtos |
O engenho passou por um processo de restauração do piso, telhado, paisagem do entorno e forros. Ao entramos, percebemos a beleza e detalhes arquitetônicos únicos. Notamos o desejo pela preservação logo ao entramos na casa, quando somos informados que somente em grupos de cinco pessoas é possível transitar pelo piso de madeira da parte superior.
Detalhe da mobília e piso de madeira restaurado. Foto: Edivan Santtos |
Cada passo é como um retrocesso ao passado. Em cada etapa da visita vamos absorvendo e criando os ambientes em nossas mentes, como um dia teria sido o convívio nesse local. A sensação é única. Quase que um ritual mágico de transporte ao século XVII. Os móveis, o ambiente calmo, tranquilo, e o ar que não temos em uma metrópole, contribuem para a sensação de êxtase com relíquias de nossos antepassados.
Segundo historiadores, o engenho teve uma grande produção de cana de açúcar, sendo o que mais produziu na região no Séc. XIX. Outro dado a se contar é que mesmo com a grande produção, ele não resistiu à crise da cana de açúcar, sendo o primeiro a ser desativado.
Ao redor dos antigos engenhos ainda é possível encontramos uma paisagem exuberante. Na parte inferior do engenho, encontramos uma parte que contraditoriamente com a beleza do engenho, foi sinônimo de crueldade. Encontramos as ex-senzalas.
Ao redor dos antigos engenhos ainda é possível encontramos uma paisagem exuberante. Na parte inferior do engenho, encontramos uma parte que contraditoriamente com a beleza do engenho, foi sinônimo de crueldade. Encontramos as ex-senzalas.
Local das antigas senzalas. Foto: Edivan Santtos |
Local das antigas senzalas. Foto: Edivan Santtos |
Nas fotos acima era onde a maior parte dos escravos permanecia acorrentada durante a noite. Ou por castigo ou simplesmente pelo medo do senhor de engenho que os escravos fugissem da propriedade.
Na atualidade, toda a área onde foi a senzala está ocupada com mobília da época. Sendo, dessa forma, um possível motivo para não deixar o espaço vazio como era durante o período de funcionamento do engenho, quando somente objetos de tortura ficavam no local.
A arquitetura e os detalhes dos objetos trabalhados artesanalmente são uma parte importante da visita, mas a sensação de poder está um pouco “mais perto” da história, é a sensação única e peculiar. A beleza do local é um atrativo, o conhecimento que uma visita nos trará é mais um atrativo, ou talvez o principal.
Publicado em Jornal de Sergipe.
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