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sábado, 23 de março de 2013

Um Um passeio pelo Brasil Colonial: Ex-Engenho São Félix

Um passeio pode nos relaxar, clarear a mente, aliviar o estresse e nos proporcionar belas paisagens. Mas também, além de tais benefícios, ele pode nos trazer conhecimento. É o caso de conhecermos, de vez em quando, pelo menos um ponto histórico. Nesse caso faremos um passeio pelo Brasil colonial no período da cana de açúcar.

Foto Ana Ambrósio.

 No município de Santa Luzia do Itanhi-SE, existiam sete engenhos de cana de açúcar em atividade no período colonial. No momento vamos conhecer um pouco do São Félix, fundado em 1632. O engenho que se encontra muito bem preservado, fundado pela família Vieira que até hoje mantém a posse da propriedade.
No município de Santa Luzia do Itanhi-SE, existiam sete engenhos de cana de açúcar em atividade no período colonial. No momento vamos conhecer um pouco do São Félix, fundado em 1632. O engenho que se encontra muito bem preservado, fundado pela família Vieira que até hoje mantém a posse da propriedade.
Fachada da Casa Engenho. Foto Edivan Santtos

O antigo proprietário era o Tenente-Coronel Paulo de Souza Vieira. Sua esposa, D. Joaquina Hermelinda da Costa, depois de ficar viúva, inicia novo matrimônio com José de Oliveira Leite, o Barão de Timbó, ganhando nesse seu segundo matrimônio o título de baronesa.
Foto do engenho com a torre=chaminé. Foto: Edivan Santtos

O engenho passou por um processo de restauração do piso, telhado, paisagem do entorno e forros. Ao entramos, percebemos a beleza e detalhes arquitetônicos únicos. Notamos o desejo pela preservação logo ao entramos na casa, quando somos informados que somente em grupos de cinco pessoas é possível transitar pelo piso de madeira da parte superior.
Detalhe da mobília e piso de madeira restaurado. Foto: Edivan Santtos

Cada passo é como um retrocesso ao passado. Em cada etapa da visita vamos absorvendo e criando os ambientes em nossas mentes, como um dia teria sido o convívio nesse local. A sensação é única. Quase que um ritual mágico de transporte ao século XVII. Os móveis, o ambiente calmo, tranquilo, e o ar que não temos em uma metrópole, contribuem para a sensação de êxtase com relíquias de nossos antepassados.
Segundo historiadores, o engenho teve uma grande produção de cana de açúcar, sendo o que mais produziu na região no Séc. XIX. Outro dado a se contar é que mesmo com a grande produção, ele não resistiu à crise da cana de açúcar, sendo o primeiro a ser desativado.
Ao redor dos antigos engenhos ainda é possível encontramos uma paisagem exuberante. Na parte inferior do engenho, encontramos uma parte que contraditoriamente com a beleza do engenho, foi sinônimo de crueldade. Encontramos as ex-senzalas.
Local das antigas senzalas. Foto: Edivan Santtos
 
Local das antigas senzalas. Foto: Edivan Santtos
Nas fotos acima era onde a maior parte dos escravos permanecia acorrentada durante a noite. Ou por castigo ou simplesmente pelo medo do senhor de engenho que os escravos fugissem da propriedade.
Na atualidade, toda a área onde foi a senzala está ocupada com mobília da época. Sendo, dessa forma, um possível motivo para não deixar o espaço vazio como era durante o período de funcionamento do engenho, quando somente objetos de tortura ficavam no local.
A arquitetura e os detalhes dos objetos trabalhados artesanalmente são uma parte importante da visita, mas a sensação de poder está um pouco “mais perto” da história, é a sensação única e peculiar. A beleza do local é um atrativo, o conhecimento que uma visita nos trará é mais um atrativo, ou talvez o principal.
 
Publicado em Jornal de Sergipe. 
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