A- Não sou daqueles que pensam com a caneta à mão e menos ainda daqueles que se entregam a suas paixões diante do tinteiro aberto, sentados em sua cadeira fitando o papel.
A- Eu me aborreço ou tenho vergonha de todo escrito: escrever é para mim como fazer minhas necessidades – sinto repugnância até em falar de forma simbólica.
B- Mas por que então por que escreves?
A- Ai de mim! Meu caro, dito entre nós, não descobri ainda até agora outro meio de me desembaraçar de meus pensamentos.
B- E por que queres te desembaraçar deles?
A- Por que quero? Mas será que quero? Sou forçado a isso.
B- Bem! Bem!
Nietzsche, A gaia ciência, LivroІІ,Frag.93.


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